Após o decreto do fim da pandemia do Covid-19, o que fica é o questionamento se o home office, uma das principais tendências criadas em decorrência deste período, segue sendo a modalidade de trabalho adotada pela maioria das empresas.
Há pouco mais de 3 anos atrás, durante a pandemia do COVID-19, o trabalho remoto se tornou tendência em muitos setores e organizações ao redor do mundo, por conta das restrições de distanciamento social e medidas implementadas para tentar conter a propagação do vírus. As empresas e profissionais precisaram adaptar a sua forma de trabalho, seu espaço ou até mesmo as operações e processos que eram realizados dentro das organizações. Com isso, os avanços tecnológicos desempenharam papéis importantíssimos permitindo a comunicação das equipes mesmo de forma remota e a continuidade dos negócios durante a crise.
E a partir daí, muito começou a se falar sobre o assunto. CEO ‘s, líderes, gestores e diversos profissionais no geral discutiam e se posicionavam sobre o assunto em seus perfis do LinkedIn, principalmente. E com isso, começaram também a perceber que, por mais que o motivo que havia impulsionado a migração para o remoto não era bom, essa modalidade de trabalho traria diversos benefícios.
O trabalho remoto trouxe benefícios para empresas e profissionais.
Não podemos negar que o home office trouxe diversos benefícios, tanto para as empresas, quanto para os profissionais. Podemos citar como principais: a redução nos custos operacionais, maior flexibilidade de horários, atração de talentos de qualquer lugar do mundo, economia de tempo e custos no transporte e um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional para os funcionários, fatores que contribuíram para que a tendência se tornasse crescente no Brasil.
É importante lembrar que esses benefícios também podem variar de acordo com a organização, função e preferências individuais de cada profissional. Por este motivo, nem todos se adaptaram ao trabalho remoto. E a partir daí, fala-se muito sobre os riscos do Burnout.
O home office pode aumentar o risco de Burnout?
Burnout é um estado de esgotamento físico e mental causado por estresse crônico relacionado ao trabalho. E alguns fatores dentro do trabalho remoto trouxeram um risco maior de desenvolvê-lo. Confira alguns deles:
- Dificuldade em estabelecer limites: a ausência de um ambiente físico de trabalho separado pode levar a uma tendência de trabalhar longas horas, sem pausas adequadas, e uma sensação constante de estar “sempre disponível”.
- Falta de interação com os colegas de trabalho: muitos profissionais acabam se sentindo isolados e sem interação com o time, pela falta do contato pessoal.
- Falta de estrutura e rotina: algumas pessoas podem ter dificuldade em criar uma rotina consistente e estabelecer limites claros entre o trabalho e o tempo pessoal. Até mesmo a falta de uma estrutura organizada ou espaço adequado pode levar a uma sensação de caos.
Mesmo assim, ele segue sendo tendência?
A resposta é: sim, o home office continua sendo uma tendência mesmo após a pandemia. Muitas empresas e profissionais experimentaram os benefícios do trabalho remoto durante esse período e perceberam que ele pode ser uma opção viável e vantajosa em diversos aspectos. Embora a adoção do home office possa variar entre setores e organizações, há várias razões pelas quais essa tendência continua, como já falamos anteriormente.
Porém, grande parte dos profissionais também passou a considerar o modelo híbrido como o equilíbrio perfeito – alguns dias no escritório, outros remoto. Diante disso, as organizações e seus setores de RH e gestão de pessoas têm muito trabalho pela frente.
O RH e o Employee Experience
A partir de toda essa mudança, as grandes empresas passaram a entender que além de precisarem cuidar da relação marca–cliente, elas também precisam cuidar da relação empresa–colaborador, o que chamamos de Employee Experience.
É aí que entra a importância da Cultura Organizacional bem definida e receptiva. A tendência agora é a equipe de RH e gestão voltar seus esforços para melhorar a experiência dos colaboradores na empresa, seja de forma híbrida ou remota, se preocupando com a produtividade, perfil de cada membro do time, flexibilidade, realização profissional, saúde e bem-estar de todos eles.
Vale lembrar que esse processo não se inicia somente quando o funcionário é contratado pela empresa, mas já no recrutamento e seleção. Empresas que entendem e se flexibilizam junto ao mercado tendem a ser mais assertivas na retenção de talentos, diminuem os níveis de rotatividade e se tornam mais atrativas para os profissionais.