O futuro do RH pós pandemia

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Provavelmente estamos longe de falar aliviados que chegamos ao fim da pandemia, tendo em vista a amplitude e impacto causados por esse vírus que prejudicou o mundo inteiro em uma onda de isolamento, óbitos, desestruturação econômica e virou o mundo de cabeça para baixo.

Para nós, profissionais que trabalhamos na gestão de outros profissionais, estamos passando por um momento único e extremamente delicado, em que muitas vezes esquecemos de nossas preocupações particulares, de nossa saúde, nossos medos e focamos nossa energia para pensar nas melhores formas de ajudar a manter o equilíbrio das pessoas, a manter a sua saúde (física e psicológica) e manter seus postos de trabalho.

Apesar de tudo, estamos aprendendo muito nesses dias, principalmente a enxergar melhor o que são prioridades e o que temos de mais valioso nas pessoas. Estamos reaprendendo e vendo muitos dos nossos processos que vinham de anos serem alterados do dia para a noite para compor o cenário atual, trazendo uma visão de mercado totalmente nova e que em muitos aspectos mostrando-nos que vieram para ficar.

Estamos acompanhando de camarote empresas se reinventando para se manterem firmes nesse cenário e isso é extremamente importante e desafiador para o gestor de recursos humanos, que enxerga aos poucos o seu papel tomando uma forma de destaque com toda essa atribulação.

De tudo que estamos vivendo na nossa área, acredito que algumas mudanças possuem grandes chances de permanecerem em um cenário pós pandemia, as quais gostaria de expor um pouco mais abaixo:

Home Office

Muito utilizado como uma ferramenta de atração para talentos da área de tecnologia da informação, mas que ganhou importância no momento que precisamos nos isolar e manter nossa produção. Cerca de 40% das empresas no nosso país que não adotavam esse regime antes do Coronavírus surgir, pretendem continuar de modo definitivo com esse modelo. O home office está trazendo inovações principalmente na forma de liderar as equipe e o RH entra como pilar dos líderes trabalhando em conjunto para manter (ou melhorar) a produtividade e engajamento, mesmo de forma digital.

Recrutamento e Seleção

Esse certamente é um dos subsistemas mais queridinhos pelos profissionais de RH e também passou por grandes alterações, principalmente na etapa das entrevistas que estão ocorrendo via Skype, Zoom, Facetime, Videochamada pelo Whatsapp ou videoconferência da plataforma Burh (escrevi um artigo sobre isso, você pode acompanhar clicando aqui). Além da entrevista, plataformas para cadastrar as informações, triar os candidatos, fazer uma pré entrevista através de chatbots por exemplo e armazenar informações no banco de talentos estão tendo uma visibilidade maior, já que liberam o candidato até mesmo de ir na empresa deixar seu currículo físico e organizam muito mais as informações que o próprio e-mail utilizado para receber currículos. No Burh, por exemplo, você tem a possibilidade de ter uma Página Carreira da sua empresa com um banco online de currículos, podendo consultar quando precisar.

Gestão Emocional

Estamos em um desafio constante para manter o equilíbrio emocional das pessoas, tendo em vista o caos que todos estão passando, aflorando preocupações e inseguranças. Esse perfil empático há de permanecer, fazendo com que o gestor apresente uma postura mais envolta ao emocional do funcionário, o que ajudará nos seus processos de desenvolvimento de pessoas e retenção de talentos.

Cultura de Inovação

Mesmo as empresas mais fechadas, se virão inovando nesse momento para não perder espaço no mercado e isso, pode ser de grande valia nos processos de disseminação da cultura organizacional a cargo dos profissionais de recursos humanos, tendo em vista que dificilmente a organização que cresceu nesse sentido irá se arriscar a dar um passo para trás depois da crise, o momento apenas o forçou a fazer algo que já deveria ter feito.

Reuniões por Vídeo

Outra ferramenta que continuará em uso e que o RH também terá o papel de incluir na cultura da organização são as reuniões por vídeo, tendo em vista que podem acontecer com mais rapidez e facilidade, não necessitando de deslocamento principalmente quando envolve pessoas de locais diferentes.

Apesar do uso da tecnologia também estar sendo um fator determinante e que continuará presente nos processos do setor, não podemos esquecer que essa área é focada nas pessoas, relacionamento e desenvolvimento das mesas e o profissional deve estar atento ao optar pela tecnologia nas ações de treinamento, por exemplo e ter esse discernimento para saber quando usá-la, pois nesse caso poderá otimizar o seu tempo ou boicotar o próprio treinamento por falta de interação. 

Ouvindo relatos de colegas, vejo também que a valorização do profissional de RH aumentou e seus trabalhos nunca foram tão requisitados, quer seja pela enxurrada de medidas legais que tem de avaliar minuciosamente, quer seja pelo socorro emocional à equipe, o que me leva a refletir sobre a importância de sermos profissionais generalistas e dotados de conhecimento nos diversos subsistemas de nossa área.

A gestão de pessoas certamente não será a mesma e o profissional que estiver mais bem preparado terá espaço garantido quando virarmos essa página do COVID19. Competências como flexibilidade, resiliência, empatia e criatividade farão parte do que as empresas irão procurar nos RH’s do futuro, tendo em vista que por mais incerto que seja o amanhã, este período deixará muitas marcas que ficarão e serão determinantes na atuação da nossa área.

Olhe para o seu ambiente e todas as mudanças que participou durante esses quase quatro meses e pondere se não são mais mudanças que já realizou agora do que em muitos anos de atuação profissional e perceba que foram tão importantes que provavelmente não ficarão para trás. Então olhe para elas, tente perceber que seu futuro está ali e aproveite o melhor que puder desse processo.

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